A hemoglobina glicada A1c - HbA1c resulta da ligação da glicose livre aos grupos amina da hemoglobina dos eritrócitos (glicação). Em alguns locais ainda é conhecida como hemoglobina glicosilada, o que em termos bioquímicos é incorrecto, uma vez que a glicosilação é uma reacção enzimática reversível, anterior à glicação, por meio de glicosiltransferases, a qual produz a pré-HbA1c. A HbA1c resulta de uma posterior reacção não enzimática, lenta e irreversível.
A HbA1c reflete os níveis médios de glicemia, sendo que o período janela está associado ao tempo médio de vida dos eritrócitos - 120 dias. Assim sendo, consegue-se determinar a glicemia média dos últimos 2 a 3 meses antecedentes à data do teste.
Relação entre a HbA1c e a Glicemia média | |
HbA1c | Glicemia média (mg/dL) |
4% | 68 |
5% | 97 |
6% | 126 |
6,5% | 140 |
7% | 154 |
7,5% | 169 |
8% | 183 |
9% | 212 |
10% | 240 |
11% | 269 |
12% | 298 |
Utilizada como medida de controlo glicémico na população diabética, a HbA1c, um indicador essencial do sucesso do regime terapêutico instituído. Segundo as últimas recomendações, a HbA1c deve ser medida semestralmente, na generalidade dos diabéticos e trimestralmente em situações de mau controlo glicémico ou alteração do regime terapêutico.
Em termos económicos directos, a utilização da HbA1c representa um aumento de custo (custo médio de 7,30€ quando comparado com a medição da glicose plasmática 1,20€) que no entanto se diluirá com a efectividade de controlo do diabético. No entanto, face à implicação de custos e dúvidas na sistematização do método de análise, a utilização da HbA1c tem-se restringido ao seguimento do controlo glicémico. A tendência dos organismos internacionais é que futuramente se utize também a HbA1c para o rastreio/diagnóstico da diabetes, estando já definido que valores de HbA1c > 6,5%, são indicadores de diabetes.